Como Ser Um Aliado Parte IV – Considerações Gerais Sobre Acessibilidade.
- LRVStudios
- 19 de jan. de 2021
- 5 min de leitura
Atualizado: 26 de fev. de 2021
Olá pessoal, tudo bem? Aqui vai um resumo sobre todos os assuntos já tratados nas postagens anteriores, assim como algumas considerações gerais sobre "Acessibilidade Básica nos Jogos Digitais". Recomendo a leitura dos outros temas já tratados por aqui antes de continuar:
Acessibilidade Motora e Cognitiva – Parte I.
Acessibilidade Visual – Parte II.
Acessibilidade Auditiva – Parte III.
O que vimos até aqui?
Até o momento, vimos que o tema "Acessibilidade" vai muito além dos jogos digitais. Mas é importante saber que quanto mais acessível seu jogo for, mais pessoas poderão jogar e, consequentemente, você estará promovendo uma inclusão maior no seu jogo - lembra do primeiro post que falamos sobre "Inclusão Social" e "Estigmas Sociais" (ver post)?
Então, você pode estar pensando que tudo o que já foi falado aqui no _blog é suficiente, mas ainda não saímos do "Básico". É importante entender que, assim como o trabalho exigido no desenvolvimento de um jogo é proporcional à sua complexidade, o mesmo é válido para a implementação dos conceitos sobre "Acessibilidade".
Por esse motivo, é comum nos depararmos com nossas limitações - principalmente quando se desenvolve sozinho. Então, é normal não conseguir implementar algumas funcionalidades, mesmo que sejam "Básicas"? Sim, e não se preocupe tanto com isso. A ideia é sempre buscar aprender e evoluir, implementando uma funcionalidade nova sempre que possível.
Minha dica aqui é focar naquilo que sabe mais, e aprender e evoluir com o tempo, buscando implementar uma funcionalidade nova sempre que possível - isso vale para o jogo como um todo. Agora, vamos falar um pouco sobre algumas dessas limitações e o que realmente é importante para que consigamos trazer mais inclusão para nossos jogos.
Não consegui implementar, e agora?
Não conseguir implementar algo no seu jogo não o torna ruim - muito menos significa que você é um mal desenvolvedor. Mas pode ser que você ainda não tenha a habilidade necessária ou experiência para isso. Isso é mais do que comum. Até desenvolvedores experientes passam por isso e ficam semanas - as vezes meses - tentando encontrar o problema.
O importante é definir bem suas prioridades para com seu jogo - vale dizer que um planejamento bem feito pode ajudar bastante. Fazendo isso, saberá o que é realmente necessário para implementar, e o que seria um "Bônus". Lembrando que cada desenvolvedor tem autoridade para decidir o que deve - ou não - implementar em seu jogo.
Não conseguiu? revise o planejamento (GDD) de seu jogo e veja o que realmente é importante. Não é importante? deixe a implementação para uma próxima atualização - mas não esqueça completamente. É justamente por inúmeras tentativas de se fazer algo que, um dia, conseguimos. O resto é sorte. - vale lembrar que Thomas Edison precisou de mais de 1000 tentativas frustradas para que, finalmente, inventasse a Lâmpada.
Existe outra maneira de tornar meu jogo mais inclusivo, sem programação?
Até agora foquei bastante nessa questão de "Implementação" e incorporação dos conceitos pertinente à "Acessibilidade" através da lógica de programação; embora seja apenas a ponta do iceberg. Existem inúmeras maneiras de trazer mais inclusão para seu jogo, e nem todas estão nas funções do menu.
Antes de continuar, decidi listar as três partes do "Game Design" - ou "planejamento do jogo":
Mecânica
Level Design
História
A parte mais importante no desenvolvimento de um jogo é, sem dúvida, a mecânica. É por ela que descobrimos a interação do personagem (jogador) com o mundo. Caso tenha lido as outras postagens no _blog, provavelmente você já percebeu que é possível trabalhar conceitos sobre "Acessibilidade" e "Inclusão" muito além da programação.
Isso porque já mencionamos que a música, por exemplo, é uma ótima ferramenta para promover uma maior inclusão - assim como diálogos, o cenário e, principalmente, a história. Assim como um pintor usa de técnicas para pintar o quadro, a pintura não é considerada "boa" ou "ruim" pelas expressões matemáticas que compõe cada pincelada - e sim pelo todo que representa.
Com um jogo, não é muito diferente. A lógica de programação está ali e é importantíssima para o funcionamento do mesmo, mas ela não dita se seu jogo é bom ou ruim. Sendo assim, você poderá trazer esses conceitos sobre "Inclusão Social" para o "Level Design" e "História" - que dizem muito mais sobre seu jogo do que a "Mecânica", quando analisados de forma separada.
Considerações Gerais
Conforme vamos aumentando a complexidade de nossos jogos, precisamos ter ciência de que acontecerá o mesmo com nosso trabalho. Precisamos saber de nossas limitações e, com isso, buscarmos constantemente evoluir. Deixarei aqui uma reportagem de _Victor Pinheiro, que fala um pouco mais sobre essas "limitações", para quem tiver interesse.
Não se preocupe se não conseguir implementar algo no seu jogo hoje; busque trazer os conceitos sobre "Inclusão Social" de outras formas, como uma cena histórica, um diálogo ou até mesmo dentro do contexto geral do jogo.
Agora, vamos falar sobre algumas implementações pertinentes à "Acessibilidade Básica nos Jogos Digitais" mas que não se enquadram em nenhuma das categorias mencionadas anteriormente.
Ofereça Opções Diversas de Dificuldade
Nem todo jogador vai saber jogar seu jogo logo de cara. É importante, além dos tutorias, possibilitar a escolha da dificuldade - assim, jogadores com habilidades diferentes poderão se divertir.
Forneça as Informações de Acessibilidade
Caso tenha implementado funções de acessibilidade no seu jogo, certifique de informar o jogador quais são. Seja durante a divulgação, mostrando sobre as novas funcionalidades, quando dentro do próprio jogo - caso o jogador não saiba, deixa explícito na tela inicial do game que ele contém essas opções.
Teste e Solicite Algum Feedback
Isso vale para o jogo todo e para todas as suas etapas de desenvolvimento. É importante que os jogadores tentem o jogo para você saber se tudo está funcionando adequadamente e, o mais importante, para o maior número de pessoas.
Conclusão
Existem inúmeras formas de trazer mais inclusão para seus jogos, e você pode fazer isso em todas as fases do desenvolvimento. O próximo passo será avançar para "Acessibilidade Intermediária", onde nos aprofundaremos ainda mais no tema e traremos abordagens mais complexas.
O mais importante é trazer esses conceitos sobre "Inclusão" e "Acessibilidade" para os jogos independentes, e vimos que isso não se limita apenas aos menus - mas que são importantes também. Assim como os pintores, devemos pensar em como a "Técnica" pode ajudar a transcrever uma expressão, um sentimento ou um tema/contexto; mas não devemos jamais nos limitar à técnica, e sim pensar no que queremos transmitir - ou seja, esse quadro representa o quê?
Deixarei abaixo os créditos a todos os trabalhos que utilizei para escrever esse post. Não esqueçam de compartilhar para que mais pessoas tenham acesso ao conteúdo e, caso queiram acompanhar o desenvolvimentos dos meus jogos, fiquem à vontade para se inscreverem nos outros canais da LRVStudios.
Referências
Victor Pinheiro (repórter Unesp)
Thomas Edison (mundo educação)
GDD (produção de jogos)
_imagem(macro-vector)
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Leonardo Vieira - LRVStudios
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